CONCEPÇÃO, CONTO EM PROGRESSO
Concepção é um conto de ficção científica de pouco mais de 4 mil palavras. É sobre um casal que terá um wonder, um criança superdotada, em um nível nunca antes testemunhado pela humanidade. É um tema batido, quase desisti de terminar a história, mas acho que encontrei uma maneira de torná-la interessante. A narrativa já está solucionada, desenvolvimento de trama e de personagens. Agora estou cuidando da parte científica, pesquisando e perguntando a pessoas de determinadas áreas. Quero especular, inventar, a partir do que se já conhece sobre tópicos como desenvolvimento do cérebro, bioinformática, hackativismo e outros.
Leiam um trecho do conto:
Sua mãe deu um grito.
Fui correndo socorrê-la.
Ela tinha batido o joelho na porta da suíte.
Levei-a de volta para a cama e me deitei também. Enfiei minha mão por dentro de sua blusa. Comecei a acariciar a barriga já saliente.
“Quando é que a gente vai contar às pessoas, aos meus pais, aos seus?”, perguntou sua mãe, num tom manso, quase inaudível.
Respirei fundo.
“Acho que a gente não deve dizer nada por enquanto.”
“Não contar a ninguém?”, ela elevou um pouco a voz.
“Isso.”
“Até quando?”
“Não sei.”
Ficamos em silêncio por algum tempo.
Então eu perguntei:
“E como você está, de verdade?”
“Com medo…”
Resolvemos sair de casa. Sua mãe queria muito isso. Ela queria se distrair, talvez até dar algumas risadas. Principalmente, ela queria deixar o resto da conversa para depois.
Enquanto nos arrumávamos, eu a vi trocar de roupa, pentear o cabelo, passar uma maquiagem leve. Tentei me colocar no lugar dela. Ela achava que existia o que dentro de sua barriga? Uma bênção além de suas forças? Um projeto de monstro?
Desculpe se falo nestes termos, mas quero ser o mais sincero possível. Acho que você seria o primeiro a entender.