A DIFERENÇA ENTRE ANTOLOGIA E COLETÂNEA

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Ana Lúcia Merege, a autora de fantasia de maior destaque no país, e Flávio Moreira da Costa, escritor e organizador de diversas antologias de sucesso, me esclareceram a diferença entre antologia e coletânea. Segundo Flávio, até as editoras fazem confusão.

O dicionário Michaelis on line tem como uma das definições de antologia:

3 Coletânea de textos literários, em prosa ou verso, selecionados das obras de autores célebres, dispostos segundo critérios diversos: tema, época, autoria etc.; seleção, seleta.

No mesmo Michaelis, temos as definições para coletânea:

1 Excertos seletos e reunidos de diversas obras.
2 Coleção de diferentes obras ou coisas.

Flávio diz que, no caso de livros de contos para submissão de textos inéditos e/ou já publicados, o melhor é chamar de coletânea, sendo que tais livros podem ser temáticos.

Ana Lúcia reforça dizendo que antologia é amostra de algo:

“Assim, normalmente antologias reúnem contos já publicados, pinçados de outras publicações. Coletânea é uma coleção de contos, reunidos por tema, autor… ou não. Inéditos ou não. Toda antologia é também uma coletânea, mas nem toda coletânea é uma antologia.”

Para Flávio, dicionários nem sempre são confiáveis. A experiência no mercado editorial também conta.

Leia um comentário que ele escreveu a respeito de alguns lançamentos:

ATENÇÃO! DEFESA DO CONSUMIDOR LITERÁRIO:
ANTOLOGIA NÃO É COLETÂNEA., COLETÂNEA NÃO É ANTOLOGIA (INDEPENDENTE DO QUE POSSA DIZER ALGUM DICIONÁRIO POUCO INTELIGENTE.)
1.
A “ANTOLOGIA” DE POEMAS (DITA NO PRÓPRIO SUBTÍTULO) DE ADRIANA CALCANHOTO, NÃO PASSA DE UMA COLETÂNEA. SOBRE A QUALIDADE DO LIVRO, NÃO SEI (AMADOR NETO DESANCOU A BOA INTENÇÃO DA CANTORA). E me espanta COMO A EDITORA NÃO PERCEBEU O ERRO DE CHAMAR O LIVRO DE “ANTOLOGIA”
2
ANUNCIADO UM LIVRO DE CONTOS COMO “ANTOLOGIA” (QUANDO TAMBÉM É UMA COLETÂNEA) COM BASE NOS SAMBAS DE NOEL ROSA, UMA IDÉIA BOA.
QUE O LEITOR COMUM MISTURE COLETÂNEA (SEM OBRIGAÇÃO DE CERTA PERENIDADE, E COM AUTORES LONGE DE SEREM “ANTOLÓGICOS”, porque ainda recentes!!)) COM ANTOLOGIA (QUE A CRÍTICA DO TEMPO FEZ P/ REGISTRO HISTÓRICO, NA REALIDADE), DÁ PARA ENTENDER. MAS EDITORES E ESCRITORES DEVERIAM SABER UM POUCO MAIS SOBRE O ASSUNTO.
(Atenção 2: esta nota não é em causa própria. Juro.)

Para o escritor e tradutor Fábio Fernandes, a confusão entre os termos antologia e coletânea, no Brasil, possivelmente tem a ver com a prática do mercado editorial americano. Lá tudo é antologia, de autores novatos, veteranos, contemporâneos ou clássicos, conforme definição do dicionário Merriam-Webster on line:

anthology

1:  a collection of selected literary pieces or passages or works of art or music […]

Mas, assim como Flávio, Fábio alerta para as limitações de dicionários em relação à realidade. É provável que, “[…] A cultura anglófona editorial tornou o termo mais abrangente”. No final das contas, Fábio considera que a diferença dos termos não importa muito. “Eu continuo achando que eles estão mais certos lá. Mas enfim, são dois mercados que não se misturam, então não faz diferença ao fim e ao cabo.”

No caso do mercado editorial brasileiro, se você pensa em organizar um livro de contos de FC, terror e/ou fantasia, melhor chamá-lo de coletânea. Deixe as antologias para os autores já estabelecidos.

PARABÉNS AOS INDEPENDENTES!

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No dia 18 de março, comemora-se o Indie Book Day, o Dia da Publicação Independente, iniciativa do editor alemão Daniel Beskos. É uma forma de incentivar os leitores a prestigiar livrarias e editoras independentes.

As editoras independentes preenchem uma demanda de mercado importante, principalmente, na literatura de gênero: ficção científica, terror, fantasia e outros. Muitas vezes, oferecem aos leitores livros mais instigantes dos que as grandes casas. Além de abrir as portas para autores nacionais talentosos.

Mas meu foco aqui será sobre a autopublicação, essa guerra do exército de um autor só.

Acho que não é mais novidade para ninguém dizer que autopublicação é coisa séria. Antes considerada um mero puxadinho do mercado editorial, coisa de farofeiro, atualmente, editoras e agentes estão atentos a essa produção, a fim de garimpar novos sucessos de vendas. Claro que não é tão simples assim, e está longe de ser um conto de fadas. Mas o grande benefício que a autopublicação trouxe para autores e leitores foi a publicação de livros que as editoras deixaram passar.

Um livro bom nem sempre desperta o interesse de uma editora. Por uma série de fatores, cronograma de publicações, tendências do mercado, potencial de vendas. Editoras precisam pagar contas num negócio de risco. Não dá para apostar em um autor novato só porque seu livro é bom. É uma questão de sorte também para o autor. Estar no lugar certo, na hora certa. Editoras não descobrem mais autores. Elas apostam no que é mais ou menos garantido, seja no thriller independente que todo mundo comentou nas redes sociais ou no romance erótico que bombou no Wattpad.

Dar o salto do independente para ser cuidado por uma editora, por menor que ela seja, é algo que deve ser almejado, mas não a qualquer custo. Autopublicação significa trabalho em dobro para o autor, que se torna, mais do que nunca, empresário de sua própria carreira, mas também significa liberdade em dobro. Pesquisando e contratando as pessoas certas, um livro independente pode ter, hoje em dia, a mesma qualidade do que um livro das melhores editoras. Mas aí vêm os problemas: o custo do livro será mais alto para o independente, haverá maior dificuldade para divulgação e distribuição. Claro que há o e-book, mais barato de produzir (nem tanto assim) e mais acessível. Mas o livro físico ainda é um sonho para o autor e um conforto para o leitor. Sendo que edições em papel mais caprichadas estão ganhando a preferência do público.

A questão é que, mesmo que você publique um livro por um editora, isso não significa que todos os seus outros livros seguirão o mesmo caminho. Há livros que as editoras não querem publicar e ponto, ou porque não fazem parte da linha editorial delas, ou porque não acreditam no seu projeto, por mais profissional que sejam forma e conteúdo.

Uma porta para outras oportunidades, um fim em si mesmo, não importa, a autopublicação veio para ficar e precisa ser levada a sério, principalmente, por quem a produz.

COMO EDITAR UM CONTO

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Meu conto de terror e mistério Uma Noite Qualquer saiu no site A Taverna. Foi publicado originalmente aqui blog para o Halloween de 2015. Em 2016, o enviei para o canal/site Homo Literatus. O editor Vilto Reis criou a série Pitacos, na qual o público mandava contos para seleção e análise. Meu conto participou do segundo episódio. Fiquei muito gratificado pela, ao mesmo tempo, implacável e generosa avaliação. Vilto soube criticar com propriedade. Apontou problemas e reconheceu qualidades. Ele sugeriu que eu reescrevesse o conto. Foi o que fiz.

ANIVERSÁRIO DA ESTRANHA BAHIA

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Neste mês de março, nossa antologia Estranha BAHIA faz aniversário de 1 ano de publicação. Para comemorar a data, vamos lançar uma promoção muito especial.

Para participar a pessoa terá que fazer uma resenha da antologia e postar na Amazon, Skoob ou Goodreads. Fernando, O Taverneiro, do site A Taverna (https://goo.gl/1m5BYF), foi convidado para ser o avaliador das resenhas.

O autor da melhor resenha ganhará 1 exemplar físico Estranha Bahia + marcadores + um livro físico da Amazon de até R$ 30,00 (valor considera livro + frete).

As resenhas poderão ser postadas até o dia 31 de março. Resenhas postadas anteriormente já estão concorrendo. O resultado será divulgado no dia 10 de abril.

Amazon: https://goo.gl/6VAHJN

Skoob: https://goo.gl/3Z9Za1

Goodreads: https://goo.gl/o8LFZN

OBS.: A entrega dos prêmios considera envio para o território nacional. Autores e equipe da Estranha Bahia estão vetados de concorrer.