ESTOU PENSANDO EM ACABAR COM ESSE FILME

O filme Estou pensando em acabar com tudo se tornou um queridinho da crítica. Charlie Kaufman é um roteirista brilhante e um diretor talentoso. Seus roteiros dos filmes Quero ser John Malkovich, Adaptação e Brilho eterno de uma mente sem lembranças são inovadores. A animação Anomalisa é uma pungente meditação sobre a condição humana. Mas seu último filme como diretor e roteirista deixa a desejar.

É a adaptação do romance de mesmo nome. O livro é um filme thriller envolvente que derrapa feio no final por trazer uma grande revelação que causa surpresa, mas não faz muito sentido com tudo o que veio antes. No filme, mesmo para quem não leu o livro, fica claro, desde o início, do que se trata. Kaufman aposta no surrealismo e no nonsense para que o espectador acompanhe a jornada emocional dos personagens.

Há bons momentos de interação entre eles e soluções visuais instigantes que materializam ideias e sentimentos. Mas, quando o filme não funciona, torna-se pretensioso e repetitivo. O elenco está muito bem, mas irrita ou nos deixa entediados nos excessos do roteiro. A duração de mais de duas horas não ajuda em nada.

O valor de produção está lá. Bela fotografia, montagem eficiente e a direção de arte mostra toda a bizarrice que se enconde num ambiente de aparente normalidade.

Estou pensando em acabar com tudo é praticamente obrigatório para os fãs de Charlie Kaufman. Para o resto da humanidade, a conferida é uma opção.

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