REVENDO A TRILOGIA CLÁSSICA

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Estou revendo os filmes de Star Wars, me preparando para O Despertar da Força. Acabei de rever a trilogia original.

Star Wars revolucionou a ficção científica como diversão, filme pipoca, objeto de cultura de massas. Na época do lançamento de Uma Nova Esperança, a campanha de marketing foi inovadora com o uso de quadrinhos e novelização do filme.

George Lucas é o pai da criança com todo o mérito. Ele criou aquele universo a partir de várias referências do passado (Kurosawa, Flash Gordon, Rice Bourroughs, 2ª Guerra Mundial, faroeste e outras) e fez algo próprio. Ele foi talentoso e esperto o bastante para recrutar os melhores profissionais em cada área, para que transformassem sua visão em algo único.

O fascínio de Star Wars é justamente esse: o conceito. Os personagens, os figurinos, a música, as naves, as armas, os cenários, os efeitos especiais e sonoros. São marcantes demais. Por isso, esses elementos funcionam tão bem onde está o dinheiro de verdade: o licenciamento de produtos. Mas juntando tudo isso, nos filmes, a coisa não funciona tão bem assim.

Os filmes da trilogia clássica são bons, mas não tão bons para serem considerados grandes filmes. O Poderoso Chefão, 2001 e Cidadão Kane são grandes filmes. Principalmente, pelos roteiros criativos e excelentes atuações; além do arrojo técnico. A trilogia Star Wars ainda possui um apuro técnico sólido, não muito datado. Mas os roteiros são geralmente fracos, os diálogos embaraçosos e as atuações canastronas. O grande atrativo são os clímax, sempre cheios de ação e drama.

Ao final da trilogia, fica claro que a história não faz muito sentido, que a saga foi construída durante o processo, com coincidências muito forçadas. O maior mérito de Uma Nova Esperança é ser um bom faroeste, sujo e estranho. O Império Contra-Ataca é um sombrio filme de guerra. E O Retorno do Jedi tem os melhores efeitos especiais, com as mais empolgantes lutas de sabre de luz de toda a franquia.

Esses filmes são clássicos porque mudaram o negócio do cinema para sempre.